Da fundação à atualidade
A História da União de Leiria
A União de Leiria foi fundada em 1966 para proporcionar aos adeptos leirienses uma equipa de futebol digna do que já era então considerado um dos melhores estádios do país.
O Clube passou na sua história por muitos períodos de glória e por alguns outros de grande instabilidade. Neste momento, passados quase cinquenta anos da sua fundação, encontra-se numa fase de recuperação do lugar que, com todo o mérito, já foi seu.
Campeã da Liga 3 em 2023/24, a União de Leiria está atualmente a disputar a Liga Portugal II Sabseg.
Além da equipa principal, a União de Leiria aposta na formação com cerca de três centenas de atletas na Academia de Futebol Juvenil.
Nas modalidades, a União de Leiria está representada no basquetebol, no futsal, no bilhar e no esports.
Um passado de orgulho. Um futuro de ambição.
História da União de Leiria
Cronologia
Fundação
Nesse sentido, foram encetados contactos com os clubes da cidade que, mais recentemente, tinham disputado o campeonato distrital de futebol: o Sporting Clube Leiriense, o Grupo de Futebol Coliponense, o Ateneu Desportivo de Leiria e o Sport Clube Leiria e Marrazes.
As conversações não tiveram o êxito esperado pois apenas o Sporting Leiriense tomou a decisão de se extinguir e de integrar o novo clube. O Coliponense, com uma atividade praticamente inexistente, o Ateneu, abdicando definitivamente do futebol, e o Leiria e Marrazes, apresentando algumas condições que foram recusadas pela comissão organizadora, acabaram por não aderir ao projeto. E assim, a 6 de junho de 1966, data da aprovação dos estatutos pelas entidades governamentais, nasceu oficialmente a União Desportiva de Leiria, agremiação desportiva com cerca de mil sócios fundadores.
A primeira direção
A primeira equipa
A equipa foi orientada pelo treinador-jogador António da Cruz Pinto Saraiva, campeão europeu pelo Sport Lisboa e Benfica. O plantel era composto por Familiar, Rousseau, Vitalino, Carlos Pinho, Lello, Graça, Veloso, Marciano, Virgílio, Fernando “Pinto”, Encarnação, Ramiro, França, Cardoso, Neto, Manuel Pinho, Raúl Ferreira, Fernando Valentim, Alexandre, Manuel Jorge, Barreto, Fernando Loureiro e Manuel Ferreira.
Nesta primeira temporada, o União conseguiu o segundo lugar no campeonato distrital, imediatamente a seguir ao Marinhense, e um brilhante primeiro lugar na fase de grupos do campeonato nacional da terceira divisão. A subida à segunda divisão nacional falhou apenas por muito pouco, quando não foi possível ultrapassar a decisiva eliminatória final.
O início do Futebol Juvenil
E assim, a equipa de juvenis nasceu igualmente com o clube, ficando para história os nomes de Afonso, Álvaro Moita, Augusto, Bandeira, Brites, Carlos Alberto, Caseiro, Claudino, Costa Ferreira, Crispim, Cunha, Dídaco, Ervilha, ”Fred“, Godinho, Mário, Paulo, Portela, Quinta Lopes e Rui Curto.
O escalão de juniores surgiu apenas um ano mais tarde, o de iniciados em 1973/74 e, finalmente, os infantis dez épocas depois destes.
Entretanto, foi a 11 de novembro de 1971 que aconteceu a primeira internacionalização de um atleta do União de Leiria. Carlos Manuel Lopes do Espírito Santo, jogador formado no clube a partir de 1968/69, jogou pela seleção nacional júnior contra a equipa representativa da Suiça.
A caminho da II Divisão Nacional
Nas duas temporadas seguintes em que disputou o novo campeonato da terceira divisão nacional, o União de Leiria manteve-se sempre nos primeiros lugares da classificação, mas só na segunda delas, em 1969/70, conseguiu assegurar a subida à segunda divisão nacional, então já sob a orientação do técnico espanhol Miguel Bertral e com uma direção presidida por Alfredo de Sousa Brandão.
Na cidade, a festa foi enorme, ficando na memória dos adeptos a equipa ainda constituída por Familiar e Graça, mas já acompanhados por Brás, Diamantino, Pinto de Sousa, Ribeiro, Óscar, Delfim, Afonso, Pinto, Ruas, Florival, José da Silva, Arsénio, Bártolo, Adriano e Nélito.
A União Desportiva de Leiria atingia assim o escalão secundário onde viria a pontificar nos nove anos seguintes, até 1978/79, ganhando o estatuto de equipa temível, pelo excelente futebol que praticava.
O aparecimento do andebol
A União de Leiria inscreve-se pela primeira vez no campeonato distrital de seniores e o êxito é imediato. Da equipa que conquistou esse primeiro título faziam parte os atletas Alexandre Palmeira, Carlos Barreto, Carlos Estevães, Fernando Amoroso, José Pissarra, José Sebastião, Luís Pardal, Mané Malhoa, Manuel “Lelo”, Pedro Afra, Rente, e Teodoro.
A partir daí, rapidamente, o clube criou um número crescente de equipas, participando de um modo decisivo na expansão da modalidade no distrito. Os títulos foram surgindo com regularidade nos diversos escalões, quer em masculinos, quer em femininos, mas o que ficou de mais importante foi a grande ligação que se estabeleceu a partir daí entre muitos jovens leirienses e o clube.
Ascensão à 1ª Divisão Nacional
A primeira participação da União de Leiria no campeonato nacional da primeira divisão aconteceu então em 1979/80, estreando-se com uma derrota na Póvoa do Varzim (2-4), a 26 de agosto, e uma vitória caseira frente ao Boavista (3-1), a 2 de setembro. Infelizmente, a descida nessa temporada foi inevitável, mas, no ano seguinte, sagrando-se campeão nacional da segunda divisão, o clube ainda voltaria ao escalão maior. Dirigidos pelo técnico Manuel Pedro Gomes, estiveram outra vez nesse êxito os jogadores Dinis, Germano, Araújo, Espírito Santo, Paixão e Tomé, acompanhados pelos reforços Freitas, Nascimento, Varela, Vítor Manuel, N’Habola, Pereirinha, Miguel, Carlos Alberto, Cremildo, Álvaro, Padrão, Nelson Moutinho, Arnaldo José e Vítor Pontes.
Mas ainda não seria desta que o clube se afirmaria no escalão maior. No final da época de 1981/82, foi o despertar para dura realidade: o regresso à divisão inferior era acompanhado de uma crise diretiva sem precedentes.
Anos de mudança
Até que, em 1989, algo mudou. Candidata-se a presidente da direção e é eleito um seu antigo sócio fundador, João Alberto Amado Bartolomeu. Começou desde logo um período de recuperação do estatuto que o clube tinha perdido e assim, em 1994, a União de Leiria, conseguindo ultrapassar todas as barreiras que lhe surgiram no percurso, conquistou o segundo lugar no então já chamado Campeonato Nacional da 2ª divisão de honra e assegurou a subida de escalão, iniciando aí um período de quase duas décadas no topo do futebol nacional.
A afirmação
Defrontando as equipas do Heerenveen (Holanda), Naestved (Dinamarca), Tom Pentre (País de Gales) e Bekescsaba (Hungria), o clube terminou o seu grupo sem derrotas, falhando o apuramento para a fase seguinte por muito pouco. A estreia aconteceu contra o clube húngaro, a 24 de junho de 1995, ficando para a história o empate a dois golos e a participação nesse jogo de Ferreira, Hugo Barbeiro, Crespo, João Armando, Paulito, Nuno Alexandre, Michael Kimmel, Telmo Pinto, Frederico, Pinha, Bambo, Moisés e Ricardo Machado.
Terminada esta primeira experiência, o União continuou o seu percurso na primeira divisão nacional, só interrompido na época de 1997/98 em que, numa fugaz descida ao segundo escalão, obteve um novo regresso abrilhantado com a conquista de mais um título de campeão nacional.
A partir daí, o União de Leiria fixou-se durante uma década no primeiro nível do futebol português. A melhor classificação alcançada foi o 5.º lugar das épocas de 2000/01, à frente do poderoso Benfica, e de 2002/03, com equipas orientadas, respetivamente, por Manuel José e Manuel Cajuda.
Seria na última destas duas temporadas que a União Desportiva de Leiria passaria pelo momento mais alto da sua história. Após o quase sucesso de 1995/96 e de 1997/98 em que o clube havia baqueado apenas nas meias-finais da Taça de Portugal, foi finalmente atingida a ambicionada final no estádio do Jamor. Nesse inesquecível jogo de 15 de junho de 2003, a equipa de Manuel Cajuda, após excelente exibição, acabou derrotada pelo F.C. Porto de José Mourinho apenas por 1-0.
A prestação de Helton, Bilro, Gabriel, Renato, Edson, Paulo Gomes, Fernando Aguiar, Silas, João Manuel, Leão, Maciel, Alhandra, Douala e Márcio Mexirica encheu de orgulho os adeptos leirienses.
Na Europa
Mas, na época seguinte, fruto da presença na final da Taça de Portugal, a equipa estreou-se na Taça U.E.F.A., despachando o Coleraine (Irlanda do Norte) na pré-eliminatória e saindo eliminada na primeira ronda pelo Molde (Noruega).
Na campanha do verão de 2004, num regresso à Taça Intertoto, com Vítor Pontes ao leme, depois de ultrapassados Shinnick Yaroslav (Rússia) e Genk (Bélgica), o União de Leiria seria derrotado pelo Lille (França) numa das finais da competição que só se decidiu no prolongamento do jogo da segunda mão.
No ano seguinte, a presença na Taça Intertoto repetiu-se, mas o fortíssimo Hamburgo (Alemanha) não se deixou ultrapassar.
Seria na temporada de 2007/2008 que o União, sob o comando de Paulo Duarte, concluiria esta sua participação europeia, atingindo o total de vinte e quatro jogos. Desta vez, afastou o Hajduk Kula (Sérvia) na segunda eliminatória da Taça Intertoto e o Maccabi Netanya (Israel) na pré-eliminatória da Taça UEFA., saindo honrosamente derrotado pelo Bayer Leverkusen (Alemanha) numa primeira ronda desta competição europeia renhidamente disputada.
As dificuldades
Na época que se seguiu, após um desanimador começo, a equipa reergueu-se com o carismático treinador Manuel Fernandes e, acompanhada pelo entusiasmo crescente dos adeptos, acabou por assegurar o regresso ao escalão maior.
Mas, se nas duas temporadas seguintes, o clube ainda conseguiu manter o nível a que habituara os leirienses, com o início da época de 2011/12, ao acentuarem-se as divergências entre a SAD, gerida por João Bartolomeu, e a empresa gestora do estádio municipal, o consequente afastamento dos órgãos autárquicos e dos leirienses veio criar condições para aquilo que viria a acontecer na primavera de 2012: o campeonato da primeira liga foi concluído penosamente pela equipa, no último lugar.
Por decisão da Liga, o afastamento compulsivo das competições profissionais veio logo de seguida.
A criação da SAD
Após um período em que foram levantadas dúvidas relativamente ao início de todo o processo, a União de Leiria – Futebol, SAD, a partir da época de 2000/01, passou a ser a legítima representante do clube nas competições profissionais.
Sob a presidência de João Bartolomeu e a participação de investidores de referência como a Média Capital e o Grupo Lena, a S.A.D. leiriense viveu então um período de bons resultados desportivos e de razoável equilíbrio financeiro.
O final do projeto, a 28 de junho de 2013, com a definitiva decisão de liquidação da sociedade pelos credores.
Outras modalidades
Tendo como principal figura dinamizadora o dirigente Carlos Serra, esta variante de futebol impôs-se regionalmente, acabando por atingir os campeonatos nacionais em 2008. O número de equipas e de jogadores foi crescendo mas, repentina e precipitadamente, tudo acabou com a convulsão por que passou o clube em 2012.
A Academia de Futebol União de Leiria
Desde 1966, sucessivas gerações de jovens leirienses foram passando pelo vulgarmente conhecido como Campo de Treinos do estádio municipal. Mas, com a reformulação desta infraestrutura para o Euro-2004, desapareceram as instalações usadas pelo departamento de futebol juvenil, durante quase quarenta anos.
A solução provisória, então encontrada, de utilização de um campo pelado na freguesia vizinha de Santa Eufémia, acabou por passar a definitiva. O esforço e a dedicação de um grupo liderado pelo dirigente Fernando Encarnação fez nascer, em Novembro de 2007, a Academia de Futebol Juvenil da União Desportiva de Leiria.
Foi aí que, numa atividade diária sucessivamente aprimorada, se foram formando os melhores futebolistas da região. Não sendo o mais importante, os resultados desportivos obtidos, com uma permanência persistente no grupo dos maiores clubes nacionais, atestam a validade do trabalho desenvolvido.
Ressurgimento de Futebol Sénior
Assim, na nova temporada de 2012/13, enquanto a Sociedade que ainda transportava o nome de União de Leiria se fazia representar na última edição do campeonato nacional da segunda divisão B, o clube inscrevia-se na Associação de Futebol de Leiria para disputar a divisão inferior dos campeonatos regionais.
E assim, numa época em que foi claro o abandono a que os adeptos leirienses votaram a sua equipa profissional, o clube obteve, passados quase cinquenta anos, o seu segundo título de campeão distrital.
A extinção definitiva da SAD, com o desaparecimento da possibilidade de participar em competições, acabou então por permitir a aquisição dos respetivos direitos desportivos pelo clube, passando este integrar, a partir da época de 2013/14, o novo Campeonato Nacional de Seniores.
Uma nova SAD
A equipa unionista iria disputar por quatro anos consecutivos a Fase de Subida à 2ª Liga, sem nunca ter conhecido o "sabor" da subida de divisão.
Para a história ficam dois jogos memoráveis pela negativa: Dado o formato do Campeonato de Portugal, disputado numa 1ª Fase e depois numa fase a eliminar, a UD Leiria acabou eliminada na meia final pelo CD Mafra, em 2017/18, sem nunca ter sofrido uma derrota nessa temporada. Dois empates (0-0 e 1-1) ditaram a eliminação, e a passagem do CD Mafra à final e consequente subida de divisão.
No ano seguinte, a UD Leiria iria chegar novamente à meia final, frente à UD Vilafranquense, onde perderia nas grandes penalidades (1-1 nos dois jogos e 5-4 nas grandes penalidades).
Em 2019/20 a UD Leiria termina num dos piores lugares classificativos (12º lugar) e a SAD presidida por Alexander Tolstikov é vendida no ano seguinte.
Um novo rumo
Em 2020/21 a UD Leiria terminou o Campeonato de Portugal com a subida à nova Liga 3, e chegou à Fase de Acesso à Liga 2, onde terminou no 4º lugar, atrás de CF Estrela da Amadora, SCU Torreense e Vitória FC.
Já na época de 2021/2022 o clube volta a apostar na subida aos escalões profissionais, feito esse que não consegue por pouco, chegando ao segundo lugar na fase de subida e disputando um play-off, que de forma equilibrada, acabaria por para o FC Alverca.
No entanto esta época fica marcada pelo surgimento de um novo fenómeno em Leiria, a SAD através de um conjunto de ações de solidariedade e de aproximação do clube para com a cidade inicia uma distribuição gratuita de bilhetes e recolha de alimentos a favor dos refugiados da guerra da Ucrânia. Esta ação levou a sucessivos recordes de assistência e culminou com uma assistência de mais de 15.000 adeptos no último jogo da época, criando uma nova onda de entusiasmo à volta do clube.
Subida à Liga 2
A 29 de Abril de 2023, o Estádio Dr. Magalhães Pessoa abriu portas para receber os 22.197 adeptos Unionistas que 'explodiram' nas bancadas quando, aos 89 minutos, Leandro Antunes marcou o golo da subida de divisão. A noite foi de grande festa com milhares de Unionistas a celebrar no relvado de nossa 'casa'.
A 20 de Maio de 2023, a família Unionista pintou o Jamor de vermelho e branco para celebrar a conquista do título de campeões nacionais da Liga 3. A festa começou ao início da manhã com uma 'avalanche Unionista' a deslocar-se em dezenas de autocarros para a mata do Jamor onde, até à hora do jogo, conviveram na mega fanzone instalada pela União de Leiria. Dentro de campo, a festa fez-se a partir dos 10 minutos com o único golo da partida assinado por Valdir.
Foi uma época de sonho, com os resultados desportivos a acompanharem o sucesso da mega campanha de marketing que se traduziu em consecutivos recordes de assistência e uma comunhão como nunca se tinha visto entre o clube, a cidade e a região.